O incentivo dos Institutos SENAI de Inovação ao empreendedorismo industrial foi tema do programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, exibido pela TV Globo. A reportagem mostrou como a startup 3DSINT, de Brasília, desenvolveu, em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Laser, localizado em Joinville (SC), projeto de implantes de titânio por impressão 3D na medida da necessidade do paciente, um produto que ainda não existe no Brasil.
A rede nacional de 25 Institutos de Inovação mantidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), dos quais 21 já estão operando, ajuda as empresas brasileiras a desenvolver produtos e processos eficientes e inovadores, elevando sua competitividade no mercado. Em um mundo de acelerada transformação, investir em inovação é primordial para empresas se manterem competitivas e conectadas a seus clientes.
“Esses institutos são espaços abertos, em que qualquer empresa industrial ou startup de base tecnológica, pode procurar o SENAI para ajudar a desenvolver a sua ideia inovadora, seu novo produto, e transformar esse sonho em um produto que você possa colocar no mercado”, destacou, na reportagem, Marcelo Prim, gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI.
Os Institutos são uma ponte entre o meio acadêmico e as necessidades do empresariado nacional. O foco de atuação é a pesquisa aplicada, o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios. Com um trabalho em rede, os Institutos atuam em áreas que são tendências globais, como mobilidade, saúde, energia, cidades inteligentes, manufatura avançada, bioeconomia, tecnologias da informação e comunicação, entre outras.
Tecnologia de pontaA 3DSINT utilizou o apoio do Instituto SENAI de Inovação em Laser para desenvolver um produto com tecnologia de ponta: placas de titânio personalizadas para corrigir alterações na face, no maxilar, na mandíbula e na área interna da boca para atender hospitais e clínicas dentárias no Brasil. “Ainda não existem empresas que desenhem isso de forma correta”, explicou Flávio Ferraz, cirurgião buco-maxilo-facial do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Com os protótipos desenvolvidos no Instituto, não será mais necessário dobrar as placas no momento da cirurgia, como ocorre atualmente. Esse manuseio do material aumenta o estresse e reduz a vida útil da peça. “A fusão seletiva a laser trabalha com pó metálico. Ela faz uma divisão de camada a camada, a partir de um modelo 3D virtual, onde eu faço a estratégia de fabricação e aplico pra máquina. A máquina vai fazer a fabricação desta peça a partir de um pó metálico que está num depositador e vai passar para a câmera de construção. Então, ela vai crescendo gradativamente, o que permite a liberdade de geometria”, detalha Bruno Paulo, especialista em fusão seletiva a laser do SENAI.
Sem o apoio do Instituto SENAI de Inovação, explicou Tiago Torri da Rosa, um dos donos da 3DSINT, seria praticamente inviável à startup fornecer o produto inovador por causa do alto investimento: “Seriam uns R$ 2 milhões. É algo exorbitante e fora de alcance do nosso orçamento. Então, a gente conseguiu uma parceria que já nos alavancou”, calculou.
Em todo o Brasil, os Institutos de Inovação já entregaram 76 projetos, avaliados em R$ 48 milhões. Além disso, 196 projetos estão em execução pela rede, com investimento de R$ 206 milhões. Na lista de projetos executados, 46% foram feitos em parceria com grandes empresas, 10% com médias, 20% com pequenas e 22% com startups.