Por: Luisa Bretas

Foto: Paulino Menezes

 

Gerentes regionais de educação do SESI de vários estados do país debateram nesta quinta-feira (13), em Brasília, os desafios da instituição e do país na busca por uma escola inclusiva e transformadora, que prepare os jovens para o mercado de trabalho, dialogue com a diversidade social e regional, valorize os professores e esteja em sintonia com os avanços tecnológicos e as necessidades do século 21.

O debate fez parte da terceira edição da “Roda de Conversa – O Conselho quer Ouvir”, uma iniciativa do Conselho Nacional do SESI que busca dialogar com a sociedade assuntos relevantes para o país e o Sistema Indústria, e que teve como tema desta vez “Os desafios do SESI na educação do século XXI”.

Na abertura do evento, o presidente do Conselho, Fausto Augusto Junior, destacou a importância de o sistema se conhecer melhor, e de promover trocas entre os departamentos. Segundo ele, esse é um momento estratégico para refletir sobre o futuro do SESI.

“No ano que vem completaremos 80 anos. Nesse importante marco, devemos nos perguntar o que somos para a sociedade e o que queremos ser pelos próximos 80 anos”, afirmou.

O diretor superintendente do Departamento Nacional do SESI, Rafael Lucchesi, também participou da abertura da Roda e ressaltou a importância da instituição na discussão sobre educação e o futuro do trabalho.

“Entendemos que o mundo mudou e precisamos pensar na inclusão, nas necessidades do século 21, para a educação acompanhar o futuro do trabalho”, pontuou.
Já o superintendente de Educação do SESI, Wisley Pereira, falou sobre os desafios do ensino e do sistema. “Nosso desafio atual é construir um SESI que possa direcionar e ser um farol para a educação no Brasil”, comentou.

Parceria pública e mundo do trabalho
Durante a conversa, os gerentes regionais de educação tiveram a oportunidade de compartilhar suas atuações em cada estado e de dividir com os demais suas experiências, suas histórias e seus desafios.

O primeiro a falar foi o gerente do SESI-SP, Laôr Fernandes de Oliveira. Ele enfatizou as parcerias com a rede pública e o fortalecimento curricular.
“Não queremos concorrer ou disputar espaço com a escola pública, queremos trabalhar com projetos que possam subir a régua da educação como um todo e, assim, contribuir com um trabalho de cidadania muito importante e significativo”.

Já Sônia Elizabeth Bier, gerente de educação do SESI-RS, lembrou que um dos maiores desafios da instituição - e do ensino como um todo – é preparar os estudantes para o mundo do trabalho.

“Temos a inteligência do sistema e, ao colocar essa inteligência a serviço das comunidades, preparando currículos, trabalhadores e jovens para as competências exigidas no mundo do trabalho, estaremos vinculando o papel social da indústria com uma necessidade educacional atual”, concluiu.

Valorização de professores e excelência regional
A representante do Amapá, Ana Carolina dos Santos da Silva, que atualmente é diretora da escola e gerente de educação da instituição, reforçou a importância do SESI na formação de professores e na oferta educacional para seu estado.

“Ainda que seja um estado menor, temos a participação do SESI de uma forma que nenhum outro local tem. A participação desse sistema dentro do meu estado é algo imensurável e agradeço imensamente a todo o amparo que temos recebido. Os alunos da gratuidade do SESI são os que estão aqui hoje participando da competição de robótica. Eles estão encantados com o festival, pois nunca imaginaram poder viver isso”, disse, referindo-se ao Festival SESI de Educação, que acontece no mesmo espaço da Roda.

Gardênia Cavalcante Figueira, gerente de educação do SESI-RR, ressaltou o papel do SESI em transformar vidas para uma indústria mais competitiva. “Nosso atual desafio para cumprir nosso objetivo é a integralidade sistêmica: precisamos ampliar a percepção de valor do SESI e integrar mais os departamentos regionais”.
Ana Paula Pinho, gerente de educação do SESI-CE, disse ser essencial compartilhar experiências e mostrar à alta gestão o que está acontecendo na ponta do sistema.

Em relação a seu estado, ela destacou a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e as parcerias locais.

“Nós somos um sistema diferenciado. A missão do SESI é dar oportunidade, possibilitar a participação de alunos, de outras redes, e de professores em projetos que reconhecem a vivência de cada aluno, e permite a vivência dentro da escola”, finalizou.

Estratégia dos diferentes estados
Pelo estado de Minas Gerais, falou a gerente Flávia Márcia Dias. Ela destacou a necessidade de se fortalecer a identidade do SESI e destacar o seu papel na construção de projetos de vida.

“Precisamos levar o que o SESI tem, mas também o que ele é, porque é isso que traz perenidade para o que fazemos. Apresentar apenas o que temos, nossos serviços, é algo temporário”, concluiu.

Já Thiago Korb, gerente de educação do SESI-SC, falou sobre a importância de garantir o direito de aprendizagem, enfrentando os desafios da educação infantil e da EJA. “Se o SESI está sendo procurado e ganhando essa demanda, é por confiar em nosso trabalho. E queremos mais, queremos fazer uma entrega sempre melhor”.

Na continuação, falou a gerente de Mato Grosso, Paula Nudimila de Oliveira Silva. Ela reforçou a importância de o SESI mostrar o que faz e contou alguns dos desafios enfrentados. “Temos desafios na metodologia educacional e, também, nessa conexão entre educação e o mercado de trabalho”, afirmou.

Para assessor de educação do SESI do Pará, Isaac Farias, a instituição se apresenta como agente de inovação e qualificação regional, alinhada às vocações locais.

“O SESI é uma potência. Ao movimentar a rede de parcerias, conseguimos apresentar o Departamento Nacional e mostrar que ele está ali para apoiar.”
Cléssia Lobo de Morais Machado, gerente da Bahia, também reforçou a importância de se fortalecer a articulação com o setor industrial e melhorar a comunicação institucional.

“Precisamos nos fortalecer internamente e sustentar as decisões da instituição como entidade educacional, assim teremos sustentabilidade financeira e política, e fortaleceremos o valor social do SESI”.

Por fim, a gerente de Goiás, Márcia Farinella, destacou a importância do encontro. “É um momento muito significativo, porque ouvir os colegas é muito importante para nós. O papel do departamento nacional é fundamental no apoio a todos os gerentes pelo Brasil”, finaliza.

Reflexões para o futuro
Nos encaminhamentos finais da roda, Fausto Junior elencou pontos do debate, como a EJA, as parcerias públicas, o direito de aprendizagem e o fortalecimento da identidade do SESI.

“Estes foram alguns dos temas muito debatidos hoje, e mostram a necessidade de integrar ainda mais as instituições regionais. Essa troca vai nos auxiliando a pensar em estratégias e soluções realmente efetivas. São espaços como esse que contribuem para começarmos a entender quem somos, e a projetar quem queremos ser lá na frente”, finalizou.

Wisley Pereira também reforçou a importância do momento. “Ouvi-los aqui hoje fortaleceu bastante a instituição, afinal, essa é a nossa força: construir em redes”.