Neste domingo, 15 de outubro, mais de 1.200 jovens de todo o planeta começaram as provas em busca do ouro na maior competição de profissões técnicas do mundo, a WorldSkills. A delegação brasileira é a atual campeã do torneio e vai batalhar para se manter no topo do pódio. A expectativa é de ótimos resultados na maioria das 50 ocupações em que o país tem representante nesta edição em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Mas, em algumas áreas, já é tradição voltar do mundial com uma medalha, como no caso de Mecatrônica, Web Design e Refrigeração, entre outras.

É grande a responsabilidade dos gaúchos Lucas Tochetto, 21 anos, e Gustavo Andreola, 19, a dupla que vai defender o Brasil na Mecatrônica nesta 44ª edição da WorldSkills. Já são cinco torneios consecutivos em que o país ganha medalhas de ouro ou prata na modalidade. Mas Lucas e Gustavo têm alguns trunfos: eles estudaram na escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Caxias do Sul (RS), um celeiro de campeões nessa ocupação, e tiveram ótimo desempenho durante um ano de rigoroso e intenso treinamento oferecido pela instituição. “Vamos fazer da forma como treinamos. O resultado será uma consequência”, diz Lucas.

O desafio de Eric Marcelino da Silva, 20 anos, ex-aluno do SENAI de Tubarão (SC), não é menor. Ele vai representar o Brasil na ocupação Web Design, uma das áreas mais bem sucedidas do país na competição internacional. Na última edição, em 2015, em São Paulo, o país conquistou a medalha de ouro com Giovanni Kenji Shiroma. Além disso, Eric vai competir em uma área em constante evolução tecnológica. “Uma prova que foi realizada em 2011 já foi totalmente diferente do que vai ser esta de 2017. Com novas tecnologias para usar, é uma área bem dinâmica”, explica ele. Há cinco edições, o Brasil tem um competidor da modalidade no pódio da WorldSkills.

O gerente de Olimpíadas e Concursos do SENAI, José Luis Gonçalves Leitão, avalia que o Brasil tem chances de medalhas em 47 das 49 ocupações nas quais disputa prêmios – em uma (Tecnologia da Água) não há medalhas em jogo, pois a modalidade ainda está na categoria “Apresentação”, estágio em que ainda não é oficial. Quando questionado por que não prevê medalhas em todas as categorias, ele brinca: “Precisamos deixar alguma coisa para os outros países, né?”

O otimismo se baseia nos simulados realizados ao longo do treinamento de um ano conduzido pelo SENAI, em que os competidores atingiram, e, às vezes, superaram a pontuação que garantiu medalhas na última edição. Nesse caso estão, além dos competidores de Mecatrônica e Web Design, os representantes brasileiros de Polimecânica e Automação, Desenho Mecânico em CAD, Soldagem, Instalações Elétricas Prediais, Eletricidade Industrial, Joalheira, Refrigeração e Ar Condicionado, Design Gráfico e Engenharia de Moldes.

Nem sempre a excelência técnica, porém, garante uma medalha. “O que vai definir é o psicológico. Se o competidor mantiver a calma e o foco, a chance de medalha é grande”, avalia Willian Ramon de Souza, campeão em Refrigeração e Ar Condicionado em 2011, em Londres, e que este ano treinou o atual competidor da área, Wisley Silva Pereira, de 21 anos. Por isso, a surpresa e a emoção do resultado são sempre esperados na competição.

A competição

Até quarta-feira, mais de 1.200 competidores de 68 países vão enfrentar provas que reproduzem o dia a dia de 52 profissões técnicas. Eles têm de executar os desafios com excelência e velocidade. Em alguns casos, todos os módulos são surpresa, como na Tecnologia da Moda. Em outros, como a Robótica Móvel, eles apresentam uma solução previamente desenvolvida a um problema apresentado. A cada dia, eles obtêm uma pontuação que se soma e, ao final, aponta o campeão em cada ocupação. A delegação do Brasil tem 56 competidores que são alunos ou ex-alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Com 27 medalhas, o país foi o grande campeão da última edição, realizada em 2015, em São Paulo.

 

Agência CNI de Notícias